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STF: 2 x 1 no placar
Decisão divergente do Ministro Fux causa euforia na defesa de Bolsonaro e surpresa no plenário, mas não impede continuidade do julgamento pela Primeira Turma
Politica
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTjAEPT2Qn-Xx1Rte1DlfkzdwK17GhVoFVk0g&s
■   Bernardo Cahue, 10/09/2025

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), surpreendeu ao votar pela anulação integral do processo que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Em sessão desta quarta-feira (10), Fux defendeu que o STF é incompetente para analisar o caso, pois os acusados não possuem mais foro privilegiado por não exercerem cargos públicos.

Em seu voto, o ministro afirmou: "Os réus desse processo, sem nenhuma prerrogativa de foro, perderam os seus cargos muito antes do surgimento do atual entendimento". Fux considerou que a mudança na jurisprudência do STF sobre competência "ofende o princípio do juiz natural e da segurança jurídica".

O ministro acolheu três teses das defesas:

  • Incompetência absoluta do STF para julgar o caso
  • Violação do contraditório e ampla defesa pelo excesso de provas (chamado de "tsunami de dados")
  • Necessidade de julgamento pelo plenário completo da Corte, não apenas pela Primeira Turma

A decisão causou euforia entre os advogados de defesa, que passaram a ver Fux como o único ministro "independente" na Turma. Entretanto, dentro do STF, o voto gerou perplexidade, com questionamentos sobre por que o ministro não se manifestou anteriormente sobre a incompetência.

O julgamento segue com os votos dos ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Para que a tese de anulação prospere, Fux precisaria do apoio de mais dois magistrados. Como alternativa, sugeriu que o processo fosse analisado pelo plenário completo do STF (11 ministros) em vez da Primeira Turma (5 ministros).

Os réus do chamado "núcleo 1" da trama golpista respondem por crimes como:

  • Tentação de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Tentativa de golpe de Estado
  • Participação em organização criminosa armada
  • Dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado

Especialistas consultados pelos veículos indicam que o voto divergente de Fux pode embasar recursos futuros das defesas, mesmo que não altere o resultado final neste julgamento. A existência de um ministro divergente fortalece argumentos sobre supostas controvérsias jurídicas no processo.

Com informações de: G1, UOL, Folha, Gazeta do Povo, Poder360, CartaCapital. ■