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Haddad afirma que Brasil "não pode ser quintal de ninguém" em resposta a tarifas dos EUA
Ministro da Fazenda critica medidas comerciais de Trump e defende soberania nacional durante evento do PT
Politica
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■   Bernardo Cahue, 23/08/2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou neste sábado (23/08) que o Brasil não pode servir de "quintal de ninguém", em referência direta às recentes tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump aos produtos brasileiros.

Durante evento do Partido dos Trabalhadores (PT) em Brasília, Haddad enfatizou que o país possui "tamanho, densidade e importância para manter e garantir sua soberania", argumentando que a postura brasileira deve ser de manter parcerias amplas sem se alinhar de forma subordinada a qualquer potência estrangeira.

O ministro caracterizou as tarifas norte-americanas, que totalizam 50% sobre alguns produtos brasileiros, como um "desafio geopolítico" e questionou suas motivações. Haddad sugeriu que a medida está mais relacionada a questões políticas internas dos EUA do que a razões comerciais legítimas, citando especificamente o contexto do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

Haddad foi enfático ao afirmar: "Vimos pelas mensagens trocadas que o único objetivo é livrar a cara dos golpistas e não tem nenhuma outra finalidade essa hostilidade que não seja reabilitar a extrema-direita no Brasil."

O ministro também conectou a questão das tarifas à necessidade de maior soberania tecnológica, destacando que 60% dos dados digitais brasileiros são processados fora do país. Ele defendeu investimentos para desenvolver a indústria nacional de data centers e inteligência artificial, afirmando: "Temos que tomar providências para que eles sejam processados aqui e de preferência com empresas brasileiras".

Embora tenha criticado as ações comerciais dos EUA, Haddad deixou claro que o Brasil não pretende romper relações: "Jamais passou pela nossa cabeça abrir mão da parceria com os EUA. Mas não nas condições que estão sendo colocadas". Ele ainda destacou a natureza temporária do governo Trump em contraste com a permanência dos Estados nacionais.

Também presente ao evento, o vice-presidente Geraldo Alckmin minimizou o impacto imediato do tarifaço, especialmente sobre produtos agropecuários, afirmando que "comida, carne, eu não vendi lá, eu vou ter outros mercados. Não vai cair o mundo". Alckmin reforçou que a orientação do presidente Lula é continuar negociando para reduzir as alíquotas e incluir mais produtos na lista de exceções.

Além das questões comerciais, Haddad abordou outros temas econômicos durante o evento:

  • Defendeu a proposta de aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil, criticando a não correção da tabela durante os governos anteriores que according to him incluiu indevidamente cerca de 20 milhões de brasileiros de baixa renda na obrigação tributária.
  • Anunciou que o governo prepara um pacote de medidas para impulsionar o acesso ao crédito imobiliário para trabalhadores de baixa renda e classe média, flexibilizando o uso de recursos da poupança.

As declarações de Haddad ocorrem em um momento de tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, mas reafirmam a posição do governo brasileiro de buscar diversificar parcerias internacionais enquanto mantém uma postura soberana nas negociações.

Com informações de: G1, UOL Economia, InfoMoney, O Globo, R7 Notícias