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Operação da PF apreende celulares de Silas Malafaia no Galeão
Líder religioso é investigado por suposta articulação com Jair Bolsonaro para coagir autoridades do STF; medidas cautelares incluem proibição de deixar o país e contato com outros investigados
Politica
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT8X1oZcng64tr6LctT1KsrJX9EKPzy-LHH2Q&s
■   Bernardo Cahue, 20/08/2025

A Polícia Federal (PF) cumpriu na noite desta quarta-feira (20/08/2025) um mandado de busca e apreensão contra o pastor Silas Malafaia no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito que investiga tentativa de obstrução da Justiça ligada à trama golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Malafaia foi abordado ao desembarcar de um voo proveniente de Lisboa (Portugal) e teve seus celulares apreendidos pelos agentes federais. Além disso, o pastor foi submetido a medidas cautelares, incluindo a proibição de deixar o país e de manter contato com outros investigados, como Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro.

Segundo a investigação, Malafaia atuou como orientador e auxiliar nas ações de coação e obstrução promovidas por Bolsonaro e aliados. O objetivo seria interferir illicitamente no curso do processo que trata da tentativa de golpe de Estado, no qual o ex-presidente é réu.

O ministro Alexandre de Moraes destacou em sua decisão que há fortes indícios da participação do pastor na "empreitada criminosa", com unidade de desígnios com Jair e Eduardo Bolsonaro. A PF afirmou que Malafaia atuou na definição de estratégias de coação e difusão de narrativas inverídicas para coagir membros do Judiciário.

As medidas cautelares determinadas pela Justiça incluem:

  • Appreensão de passaportes e proibição de deixar o país;
  • Proibição de contato com outros investigados;
  • Quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico.

Em nota, a Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou apoio às ações, com o procurador-geral Paulo Gonet afirmando que a PF obteve diálogos e publicações nos quais Malafaia aparece como partícipe das condutas criminosas.

Malafaia organizou o ato de apoio a Bolsonaro em 3 de agosto, que resultou na decretação da prisão domiciliar do ex-presidente no dia seguinte. O pastor também publicou vídeos nas redes sociais pedindo o impeachment e prisão de Alexandre de Moraes.

Em resposta à inclusão no inquérito, aliados do pastor, como o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), alegaram perseguição religiosa.

Com informações de G1, Folha de S.Paulo, CBN, Terra, Veja, ABCD do ABC, Sidney Silva, Agência Brasil e Vanguarda do Norte.