Ministro Alexandre de Moraes, do STF, negou nesta segunda-feira pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para anexar documentos do caso do tenente-coronel Mauro Cid ao inquérito sobre tentativa de golpe. O ministro alegou que não aceitará tumulto processual para atrasar o andamento do processo. Moraes reafirmou que a ação penal seguirá seu curso normal e será analisada no momento oportuno.

A defesa de Bolsonaro busca invalidar a delação premiada de Mauro Cid, acusando-o de violar o acordo ao divulgar informações sigilosas. Cid, porém, negou as acusações em depoimento à Polícia Federal. O inquérito sobre o suposto golpe para manter Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral está na fase final, com as alegações finais prestes a começar.

Enquanto isso, o ato pró-Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo, registrou baixa adesão. O evento organizado pelo pastor Silas Malafaia reuniu apenas 12,4 mil pessoas no momento de pico, segundo medição independente com imagens de drone e programa de inteligência artificial rural adaptado - o original é utilizado para medição de gado. O episódio ocorre cerca de um mês depois de Bolsonaro chamar os participantes do ato de 8 de janeiro de "malucos" durante depoimento no STF.

Malafaia afirmou que o número de participantes era menos importante que o conteúdo do discurso. Organizadores atribuíram o esvaziamento ao fim do mês e ao jogo Flamengo x Bayern de Munique pela Copa do Mundo de Clubes.

Os dois fatos evidenciam um momento crítico para o ex-presidente: o apoio nas ruas enfraquece enquanto as estratégias para retardar o julgamento no STF são barradas pela Justiça.

Com informações de G1, Folha de São Paulo, Estadão, Carta Capital, CNN Brasil, Brasil de Fato.■