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China se opõe a 'assédio unilateral' de Trump contra a Venezuela e reforça apoio a Maduro
Em ligação com chanceler venezuelano, ministro chinês Wang Yi rejeita medidas coercitivas e defende soberania; posição ocorre após anúncio de bloqueio total a petroleiros por presidente dos EUA
America do Sul
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■   Bernardo Cahue, 17/12/2025

Posicionamento Chinês

O chanceler chinês, Wang Yi, afirmou nesta quarta-feira (17) que a China rejeita "toda forma de assédio unilateral" e apoia os países na proteção de sua soberania e dignidade nacional. A declaração foi feita em uma ligação telefônica com o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar um bloqueio total a petroleiros sancionados que entram ou saem do país caribenho.

Contexto da Crise

Trump declarou na terça-feira (16) que a Venezuela está "completamente cercada" pela maior armada já reunida na história da América do Sul e determinou o bloqueio. A escalada inclui uma mobilização militar em grande escala dos EUA no Caribe, bombardeios a barcos e a apreensão de um navio petroleiro venezuelano. A Venezuela qualificou a medida como "ameaça grotesca" e "absolutamente irracional", anunciando que recorrerá à ONU para denunciar a violação do direito internacional.

Outras Vozes na Comunidade Internacional

Além da China, outros atores internacionais se manifestaram:

  • Rússia: Aliado de Caracas, manifestou apoio a Maduro e alertou que as tensões podem ter "consequências imprevisíveis" para o Ocidente.
  • ONU: O secretário-geral António Guterres pediu uma "desescalada imediata" e que ambos os países cumpram suas obrigações sob o Direito Internacional.

Interesses e Estratégia Chinesa

A posição chinesa não é isolada. Em outubro, o país já havia se oposto a "interferência externa" na Venezuela após um ataque dos EUA a um navio acusado de narcotráfico. A consistência da postura reflete seus interesses estratégicos na região:

  1. Petróleo: A China é um dos principais destinos do petróleo venezuelano, com cerca de 80% das exportações do país direcionadas a Pequim.
  2. Geopolítica: O apoio a Caracas fortalece a influência chinesa na América Latina e contrapõe a presença dos EUA.
  3. Multilateralismo: A China defende uma ordem internacional baseada na não interferência, alinhando-se a países como a Rússia nos BRICS+.

A oposição chinesa ao "assédio unilateral" de Trump contra a Venezuela vai além da retórica diplomática. É um movimento calculado para proteger seus interesses econômicos e projetar poder em um cenário global cada vez mais polarizado. Enquanto a crise escalar, a pressão de Pequim – junto com a de Moscou – será um fator crucial para limitar as opções dos EUA e definir os rumos do conflito.

Com informações de: G1, Portal Manaus Alerta, AA.com.tr, Brasil 247 ■