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Em meio a uma escalada militar histórica no Caribe, a presença física de generais e tropas russas treinando as Forças Armadas da Venezuela emerge como o principal fator disuasório que, por enquanto, impede o início de um conflito aberto com os Estados Unidos. Enquanto Washington mobiliza porta-aviões e milhares de soldados, a assessoria direta de militares russos, incluindo um general com experiência de combate na Ucrânia, transforma a crise em um tabuleiro geopolítico de risco global.
De acordo com informações de sites militares e confirmações de inteligência, mais de 120 militares russos, liderados pelo General Oleg Leontievich Makarevich, desembarcaram em Caracas no início de novembro. Makarevich, que anteriormente comandou tropas na Ucrânia, está à frente de uma unidade denominada "Força-Tarefa do Equador" e coordena sessões práticas em bases venezuelanas como Fort Tiuna.
O treinamento conduzido pelos russos é extenso e baseado em lições aprendidas em conflitos recentes, com foco em tornar a defesa venezuelana mais ágil e letal. As atividades incluem:
A cooperação militar não é ad hoc. Ela é sustentada por um Tratado de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela, assinado em maio e formalmente ratificado em outubro de 2025. O acordo, válido por dez anos, aprofunda os laços bilaterais em áreas como energia, tecnologia e, crucialmente, defesa. O parlamento venezuelano o descreveu como um "mensagem de paz e soberania" no contexto geopolítico atual.
Declarações oficiais russas caminham na corda bamba entre demonstrar firme apoio a Caracas e evitar uma escalada direta. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, afirmou que a Rússia está "pronta para atender os apelos da Venezuela por ajuda", mas rapidamente acrescentou que Moscou busca evitar uma escalada na região que "não seria boa para ninguém".
A parceria serve a interesses estratégicos mútuos:
Analistas alertam que a presença de instrutores russos aumenta exponencialmente o risco de um incidente direto entre potências nucleares. Um confronto, mesmo que indireto, poderia ter desdobramentos imprevisíveis.
A crise tensiona toda a América do Sul. O Brasil, que compartilha uma extensa fronteira com a Venezuela, monitora os movimentos com apreensão. O Exército brasileiro já reforçou patrulhas nos estados do Norte, e a diplomacia busca uma posição de neutralidade ativa, priorizando o diálogo para evitar um transbordamento da instabilidade para a região.
O cenário atual é de um impasse perigoso. A demonstração de força americana é contrabalançada pelo aval estratégico e capacitação militar russa. Enquanto Washington avalia os custos elevados de uma intervenção, e Moscou sinaliza apoio mas não deseja uma guerra, a crise se mantém em um frágil equilíbrio, com a população venezuelana no centro.
Com informações de: G1, Mixvale, Venezuelanalysis, Veja, Valor Econômico, CBN, UOL ■