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Um aeródromo privativo da família Piquet, localizado a aproximadamente 200 metros do condomínio onde Jair Bolsonaro cumpria prisão domiciliar, é investigado pela Polícia Federal (PF) como uma peça em um eventual plano de fuga do ex-presidente. A informação surge após a decretação da sua prisão preventiva, ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base no risco de ele tentar escapar.
O ponto de inflexão ocorreu na madrugada do sábado, 22 de novembro, quando o sistema de monitoramento da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro emitiu um alerta de violação. Em um vídeo e relatório encaminhados à Justiça, o ex-presidente admitiu ter usado um ferro de solda para tentar abrir o equipamento, que apresentava marcas de queimadura em toda a sua circunferência. Bolsonaro inicialmente justificou o ato como fruto de "curiosidade".
Na decisão que converteu a prisão domiciliar em preventiva, Alexandre de Moraes citou três elementos principais que configurariam risco concreto de fuga :
Juristas ouvidos pela imprensa consideraram a decisão bem fundamentada, uma vez que o conjunto de fatores atendia aos requisitos legais da prisão preventiva.
A apuração da PF passou a considerar seriamente a hipótese de que o aeródromo Piquet pudesse ser utilizado em uma tentativa de evasão. Registrado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) como aeródromo privado, a pista tem 590 metros de comprimento e autorização para operação diurna e noturna, sendo adequada para monomotores, bimotores leves e helicópteros.
Apesar de partes da pista estarem ocupadas por um empreendimento imobiliário, o espaço remanescente segue tecnicamente utilizável para operações de helicópteros. A relação de Nelson Piquet com Bolsonaro é próxima, sendo o ex-piloto um apoiador declarado do ex-presidente e tendo-o visitado durante a prisão domiciliar.
Diante das evidências, a defesa de Bolsonaro alterou sua estratégia. Abandonou a tese da "curiosidade" e passou a sustentar que o ex-presidente agiu sob "efeito de confusão mental" causada por medicamentos, alegando até mesmo "surto" e "alucinação".
A prisão preventiva foi decretada no âmbito do inquérito que investiga o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, por suposta coação no curso do processo. No entanto, a medida ocorre às vésperas do trânsito em julgado da condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Com informações de: Agência Brasil, G1, CNN Brasil, Le Monde, UOL, Gazeta do Povo, The Intercept, Deutsche Welle ■