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Os rascunhos dos textos que formarão a decisão final da COP30 foram publicados na madrugada desta sexta-feira (21), mas deixaram de fora qualquer menção a um "mapa do caminho" para a transição global para longe dos combustíveis fósseis, principal causa das mudanças climáticas.
A versão do documento, batizado de "Decisão Mutirão", reconhece a necessidade de uma transição global para diminuir as emissões de gases de efeito estufa, mas não propõe soluções concretas ou um roteiro para a diminuição da dependência de petróleo, gás e carvão. A omissão ocorre apesar de o tema ser uma prioridade declarada do governo brasileiro para a conferência.
Os documentos publicados pela presidência brasileira da COP abrangem vários temas críticos das negociações. Entre os principais textos estão:
A exclusão do mapa do caminho para os combustíveis fósseis desencadeou imediatas e fortes reações de governos, organizações da sociedade civil e cientistas.
O "mapa do caminho" para os combustíveis fósseis era uma ideia brasileira, defendida pessoalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A proposta chegou a contar com o apoio de mais de 80 países, mas enfrentou uma "resistência significativa" de um bloco de nações.
Esse grupo, liderado por grandes produtores de petróleo como a Arábia Saudita e incluindo outros países com grande dependência de combustíveis fósseis, como Índia e China (conhecido como LMDC), pressionou ao longo da semana para barrar qualquer referência direta ao tema. Diante do impasse, a presidência brasileira optou por retirar a menção na tentativa de buscar um consenso mínimo, movimento que, no entanto, não agradou às nações que exigiam maior ambição.
As negociações na COP30 foram retomadas após um incêndio que atingiu a Zona Azul na tarde de quinta-feira (20), levando à interdição de pavilhões e à suspensão temporária dos trabalhos. A conferência, que oficialmente termina nesta sexta-feira (21), pode se estender pelo fim de semana na busca por um acordo final que seja palatável para todas as quase 200 nações presentes.
Com informações de Agência Brasil, CBN, ClimaInfo, Folha, G1, O Globo e UOL ■