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O governo do presidente colombiano, Gustavo Petro, iniciou uma série de operações militares de alto impacto que resultaram na morte de pelo menos 28 guerrilheiros em dois ataques distintos realizados em menos de uma semana. A ofensiva representa uma mudança de tática em meio a fortes críticas e pressões internacionais, principalmente dos Estados Unidos, que acusam o líder de esquerda de não combater suficientemente o tráfico de cocaína.
As operações foram realizadas em regiões estratégicas do país:
Esta escalada militar ocorre em um momento de grave deterioração nas relações entre Colômbia e Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, tem feito duras críticas públicas a Petro, chegando a chamá-lo de "traficante de drogas ilegais" e de "chefão do narcotráfico", alegando que ele incentiva a produção massiva de entorpecentes.
Como consequência, os EUA tomaram uma série de medidas contra o país sul-americano:
Do lado colombiano, a resposta às investidas americanas tem sido firme. Petro criticou veementemente os ataques realizados pelos EUA a embarcações no Caribe, que, segundo ele, resultaram na morte de civis, incluindo um pescador colombiano. Ele chegou a qualificar essas ações como um "crime de lesa humanidade".
Em um ato de protesto, o presidente colombiano chegou a ordenar, no dia 11 de novembro, a suspensão do envio de informações de inteligência para as agências de segurança dos EUA. No entanto, membros de seu governo, como o ministro do Interior, Armando Benedetti, e o ministro da Defesa, Pedro Sánchez, posteriormente garantiram que a cooperação continuaria, desde que houvesse garantias de respeito aos direitos humanos.
A ofensiva militar também levantou questões sobre vítimas civis e o recrutamento de menores. A Defensoria Pública da Colômbia confirmou que seis menores de idade, vítimas de recrutamento forçado, estavam entre os mortos nos bombardeios da semana. A defensora Iris Marín classificou a situação como "lamentável" e lembrou a obrigação das forças militares de adotar todas as precauções para proteger as crianças em conflitos.
Analistas políticos sugerem que a intensificação dos ataques militares tem também um forte componente de política interna. Com as eleições presidenciais de 2026 se aproximando, Petro enfrenta críticas da oposição, que o considera indulgente com os grupos armados. Sua estratégia de "Paz Total", que busca a desmobilização por meio de negociações, sofreu um revés quando Iván Mordisco – líder da principal dissidência das Farc, conhecido como EMC (Estado-Maior Central) – abandonou as mesas de diálogo em 2024. Petro então lançou uma caçada com recompensas milionárias para capturá-lo, comparando-o a Pablo Escobar.
Com informações de: BBC, CBN, CNN Espanhol, Folha de S.Paulo, G1, Infobae, Noticias UOL, R7, Swissinfo. ■