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Mães e familiares denunciam o "Brasil da Chacina" em ato em São Paulo
Em meio a luto e indignação, vítimas da violência estatal cobram justiça e fim da impunidade em um país marcado por massacres históricos
America do Sul
Foto: https://assets.brasildefato.com.br/2025/11/WhatsApp-Image-2025-11-08-at-12.37.40-1140x815.jpg
■   Bernardo Cahue, 09/11/2025

Em meio a operações policiais com altos índices de letalidade e casos históricos de violência sem punição, familiares de vítimas denunciam um "Brasil da chacina" e cobram por justiça.

Contexto de uma Tragédia Recente

No final de outubro de 2025, o Rio de Janeiro viveu seu dia mais violento da história, quando uma operação policial em favelas do Complexo do Alemão e Penha resultou em pelo menos 64 pessoas mortas, incluindo quatro policiais. O governador Cláudio Castro declarou a cidade "em guerra", enquanto ativistas de direitos humanos classificaram a ação como um "massacre com aval do Estado".

Um Padrão que se Repete

A violência policial fatal nas periferias e favelas brasileiras é uma triste realidade há décadas. Em 1994 e 1995, as chacinas da favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, deixaram 26 jovens mortos. Mais de 20 anos depois, nenhum agente foi preso, julgado ou condenado pelas mortes, o que levou o Brasil a ser réu na Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Marcos Históricos da Violência

O Brasil tem um longo histórico de massacres que marcaram a sua história, muitos deles envolvendo forças do Estado ou com sua conivência. Alguns dos episódios mais emblemáticos incluem:

  • Carandiru (1992): 111 presos mortos em uma intervenção policial.
  • Candelária (1993): Oito pessoas em situação de rua assassinadas por policiais.
  • Vigário Geral (1993): 21 pessoas mortas em ação de represália da polícia.
  • Eldorado dos Carajás (1996): 19 sem-terra assassinados durante protesto.

A Luta das Mães e Familiares por Justiça

Enquanto os números e as notícias destacam a dimensão da violência, são as mães e familiares das vítimas que carregam o fardo mais pesado e se tornam a voz da resistência. Sua luta é contra a impunidade e pelo reconhecimento de que, como afirmam, "a gente não faz um filho para ser morto na mão da polícia". Eles exigem respostas de um Estado que, frequentemente, é ao mesmo tempo investigador e réu nessas histórias de violência.

Com informações de: The Guardian, VICE, Wikipedia. ■