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EUA elevam para 66 o número de mortos no Caribe
Ação contra embarcação supostamente ligada ao narcotráfico ocorre em meio a escalada militar na região e críticas de violação do direito internacional
America do Sul
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRe0csxpzhOhTu4pOK381M1psSsnJuhdZViw23VLh4zp-rgwZxkJZEl81s_&s=10
■   Bernardo Cahue, 07/11/2025

Os Estados Unidos realizaram um novo ataque militar contra uma embarcação no mar do Caribe, resultando na morte de pelo menos duas pessoas, de acordo com informações do Departamento de Defesa. O ataque, anunciado em 4 de novembro de 2025, eleva para 66 o número total de mortos em uma série de operações que começaram em setembro contra navios suspeitos de tráfico de drogas.

Este foi o 16º ataque do tipo registrado até 5 de novembro, com a campanha militar se expandindo também para o Oceano Pacífico Oriental. As operações são posicionadas pela administração do presidente Donald Trump como uma missão para combater o tráfico marítimo de drogas para os EUA, alegando que as embarcações são operadas por grupos designados como "narcoterroristas", incluindo a organização criminal venezuelana Tren de Aragua e a guerrilha colombiana ELN.

O secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou que as operações visam "narco-terroristas que traficam drogas em nosso hemisfério" e prometeu que os autores seriam tratados como a Al Qaeda [citation:6]. No entanto, o governo dos EUA não divulgou publicamente quaisquer evidências para sustentar suas alegações sobre as embarcações atingidas.

Reações internacionais e controvérsias:

  • Críticas por violação do direito internacional: Especialistas, grupos de direitos humanos e organismos internacionais classificaram as mortes como ilegais sob as leis dos EUA e internacional. O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, qualificou os ataques e seu "custo humano crescente" como "inaceitáveis" e exigiu que os EUA os interrompessem.
  • Protestos de governos latino-americanos: Os governos da Venezuela e da Colômbia acusaram os EUA de assassinato extrajudicial. O presidente colombiano, Gustavo Petro, afirmou que um dos ataques matou um pescador colombiano e violou a soberania do país.
  • Apoio e preocupação interna: Enquanto alguns legisladores republicanos apoiaram a abordagem firme, membros de ambos os partidos no Congresso americano expressaram preocupação com a escassez de informações e o potencial de uma escalada militar mais ampla sem autorização legislativa.

O contexto da operação inclui um significativo aumento do poderio militar dos EUA na região, com a recente ordem de despacho do grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald R. Ford para o Comando Sul, que se somaria a mais de 6.000 marinheiros e fuzileiros navais já destacados para a área.

Com informações de: Al Jazeera, AP News, Wikipedia. ■