O governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, está aprofundando sua aliança estratégica com a Rússia e formalmente solicitou apoio militar para fortalecer suas defesas ante a crescente pressão dos Estados Unidos, que tem concentrado forças navais no Caribe.

De acordo com documentos internos do governo dos EUA obtidos pelo Washington Post, Maduro enviou uma carta ao presidente russo, Vladimir Putin, solicitando equipamentos e assistência específicos para reforçar o sistema de defesa aéreo venezuelano. Os pedidos incluem:

• 14 unidades de mísseis para defesa aérea.
• A restauração de caças Sukhoi Su-30MK2 de fabricação russa.
• A revisão de oito motores e cinco radares.
• Um plano de financiamento de três anos com a estatal russa de defesa, Rostec.

O apelo por ajuda ocorre em um momento de tensões sem precedentes com os Estados Unidos. O governo Trump enviou ao Caribe seu maior porta-aviões, navios de guerra, caças e fuzileiros navais, justificando a ação como uma medida para combater o tráfico de drogas. Em outubro, jornais americanos noticiaram que Washington considerava bombardear alvos militares dentro do território venezuelano, acusados de serem usados pelo narcotráfico, embora o presidente Trump posteriormente tenha negado planos de ataque.

Em resposta, a Venezuela realizou exercícios militares em suas costas, denominados "Caribe Soberano 200", e deslocou 2.500 militares de elite e equipamentos navais para a ilha de La Orchila, em uma demonstração de força. A Força Aérea venezuelana também divulgou imagens de seus caças Sukhoi Su-30 armados com mísseis antinavio.

O chanceler venezuelano, Yván Gil, e a vice-presidente Delcy Rodríguez têm agradecido publicamente o que chamam de "respaldo incondicional" da Rússia. Em uma conversa telefônica com o chanceler russo, Sergey Lavrov, Rodríguez agradeceu o apoio frente "à escalada de ameaças" dos EUA. O Ministro Gil também manifestou gratidão pelas declarações da chancelaria russa, que rejeitaram publicamente a mobilização militar americana na região.

Para consolidar legalmente essa aproximação, a Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria chavista, deve aprovar um Tratado de Parceria Estratégica e Cooperação com a Rússia, expandindo a cooperação política e econômica entre os dois países. A Venezuela é uma das aliadas mais próximas da Rússia na América do Sul, com relações que remontam ao governo de Hugo Chávez e incluem acordos militares, como uma fábrica de fuzis Kalashnikov no território venezuelano.

Com informações de: Actualidad RT, EL PAÍS English, G1, The Moscow Times, Latinus, Telesur. ■