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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou nesta terça-feira (28) que as forças norte-americanas realizaram três ataques letais contra quatro embarcações no leste do Oceano Pacífico, supostamente envolvidas no tráfico de drogas. O saldo foi de 14 mortos e um sobrevivente, que foi entregue às autoridades mexicanas para resgate.
Em publicação na rede social X, Hegseth afirmou que as embarcações eram "operadas por Organizações Terroristas Designadas (DTO)" e que foram identificadas pelos serviços de inteligência dos EUA enquanto "transitavam por rotas conhecidas do narcotráfico". Esta foi a primeira vez que múltiplos ataques foram confirmados em um único dia, marcando uma escalada significativa no ritmo das operações navais iniciadas em setembro.
Estes últimos ataques elevam para pelo menos 57 o número total de mortos na ofensiva militar que o governo Trump conduz contra o narcotráfico em águas internacionais. A campanha, que começou no Caribe, expandiu-se recentemente para o Pacífico Oriental, uma rota principal para o contrabando de cocaína produzida na Colômbia e no Peru.
A conduta dos Estados Unidos em ataques anteriores tem sido marcada por episódios que contradizem a narrativa oficial de estar alvejando exclusivamente "narcoterroristas".
A ofensiva militar tem enfrentado crescente escrutínio e preocupação por parte de legisladores e especialistas. Senadores democratas, como Richard Blumenthal, membro da Comissão de Serviços Armados, manifestaram alarme com a falta de informações e a justificativa legal para os ataques. Blumenthal argumentou que a expansão geográfica da campanha "simplesmente expande a ilegalidade e a imprudência" no uso das forças armadas.
Especialistas apontam que a forma de combater o tráfico deveria passar por deter as embarcações e interrogar seus ocupantes para rastrear a fonte das drogas, e não simplesmente destruir os contrabandistas, que provavelmente estão no final da cadeia. Enquanto isso, o presidente Trump sinalizou que a campanha pode se expandir para ataques em terra firme no futuro, afirmando que "os golpearemos muito forte quando vierem por terra".
Enquanto a Casa Branca mantém sua postura ofensiva, os episódios de sobreviventes liberados por falta de base criminal colocam em xeque a eficácia e os fundamentos da estratégia, que segue ampliando seu alcance e número de vítimas.
Com informações de: CNN Español, DW, O Globo, Associated Press, Infobae.■