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O governo da Venezuela iniciou uma série de exercícios militares de defesa costeira, denominados "Coast Independence 200" (Independência Costeira 200), mobilizando forças armadas, policiais e milícias civis em resposta ao que classifica como uma "grande ameaça militar" dos Estados Unidos na região do Caribe. Os treinamentos, que em algumas fases têm duração de 72 horas, visam defender a soberania e a estabilidade interna do país em um contexto de tensões regionais sem precedentes.
Os exercícios abrangem estados costeiros estratégicos, incluindo:
Segundo o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, que também é vice-presidente de Defesa e Soberania, a ação é uma resposta direta à mobilização militar dos EUA no Caribe e a supostas operações secretas da CIA. "Qualquer tentativa de desestabilizar a Venezuela fracassará", declarou Padrino durante a mobilização.
Paralelamente aos exercícios convencionais, a Milícia Nacional Bolivariana foi oficialmente incorporada aos "Quadrantes da Paz" e consolidada como um pilar central da estratégia defensiva venezuelana. A milícia, que já conta com cerca de cinco milhões de integrantes ativos, tem como meta mobilizar no total cerca de 8,5 milhões de cidadãos que se voluntariaram.
Esta força é a encarnação prática da doutrina militar venezuelana da "guerra de todo um povo". Seu objetivo não é duplicar o poder convencional das Forças Armadas, mas oferecer capilaridade ao sistema de defesa territorial, aproveitando o conhecimento geográfico detalhado das comunidades para reforçar a resistência em nível hiperlocal.
Os milicianos são treinados sob uma filosofia inspirada nas estratégias de guerra assimétrica e prolongada teorizadas por líderes revolucionários como Ho Chi Minh e Vo Nguyen Giap, do Vietnã. A estratégia aceita a perda inicial de território para engajar o inimigo em uma guerra de desgaste a longo prazo, tornando o conflito insustentável para uma potência invasora.
A doutrina militar bolivariana, cujas origens remontam ao golpe de 2002 contra Hugo Chávez, foi desenvolvida precisamente pela impossibilidade de vencer um inimigo militarmente superior em um confronto convencional. A milícia se divide em:
Em um conflito real, nem todos os milicianos pegariam em armas. Muitos se dedicariam a "inteligência popular" – usando seu conhecimento local para apoiar as operações de defesa.
O presidente Nicolás Maduro ativou pessoalmente a organização da Milícia Nacional Bolivariana, que está sendo estruturada nos 5.336 Circuitos Comunitários do país. "Cada miliciano e miliciana possui um MAL: missão, arma e local", explicou um oficial venezuelano.
O estopim para esta escalada defensiva foi o dislocamento militar dos EUA no Caribe, o maior em mais de 30 anos, que inclui :
Os EUA justificam o despliegue como uma operação contra o narcotráfico, realizando ataques a embarcações próximas à costa venezuelana que resultaram em dezenas de mortos. Caracas, no entanto, rejeita essas alegações e sustenta que o objetivo real é desestabilizar o país para forçar uma mudança de governo e acessar seus recursos naturais.
Em meio a este cenário, Maduro anunciou ainda a implantação de mais de cinco mil mísseis de sistemas de defesa aérea Igla-S, fabricados pela Rússia, em posições estratégicas em todo o território nacional.
Com informações de: CNN Brasil, InfoMoney, Poder360, SBT News, Swissinfo, Veja, Roraima em Fato, G1, Xinhua, Outras Palavras. ■