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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, ordenou o envio do porta-aviões USS Gerald R. Ford e seu grupo de ataque para as águas da América do Sul e do Caribe, em uma significativa escalada militar anunciada nesta sexta-feira (24). O Pentágono afirma que a medida visa combater o narcoterrorismo, mas especialistas veem a ação como um claro sinal de pressão contra o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
O USS Gerald R. Ford é descrito pela Marinha americana como a plataforma de combate mais capaz, adaptável e letal do mundo. Trata-se do maior e mais avançado porta-aviões dos EUA, com capacidade para transportar até 90 aeronaves. Seu grupo de ataque inclui:
Essa força se soma a outros oito navios de guerra, um submarino nuclear e caças F-35 que os EUA já haviam deslocado para a região, totalizando aproximadamente 10 mil soldados americanos no Caribe.
O anúncio ocorre no mesmo dia em que Hegseth confirmou o décimo ataque americano contra uma embarcação suspeita de transportar drogas, elevando para 43 o número de mortos nessas operações iniciadas em setembro. O secretário de Defesa equiparou os grupos criminosos à Al-Qaeda, declarando: "Se você é um narcoterrorista... nós o trataremos como tratamos a al-Qaeda. Dia ou noite... caçaremos você e o mataremos".
O presidente Donald Trump tem defendido publicamente ações cada vez mais agressivas. Na quinta-feira (23), ele sinalizou que operações terrestres seriam o próximo passo, afirmando: "Acho que vamos apenas matar pessoas que estão trazendo drogas para nosso país".
O governo venezuelano reagiu à escalada com um misto de apelo pela paz e demonstração de força. O presidente Nicolás Maduro, em um discurso em que fez uso do inglês, pediu: "Peace, yes peace, forever, peace forever. No crazy war!" (Paz, sim paz, para sempre, paz para sempre. Sem guerra louca!).
Simultaneamente, Maduro citou a China e a Rússia como aliados que garantem o equipamento militar necessário para a Venezuela "defender a paz". O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, foi mais enfático, declarando que as Forças Armadas do país "não permitirão um governo ajoelhado aos interesses dos EUA" e classificando a situação como "a mais significativa ameaça militar nos últimos 100 anos".
A crise não se limita à relação EUA-Venezuela. Recentemente, Trump acusou o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, de ser um "líder de drogas ilegais", e o governo americano impôs sanções ao líder colombiano.
As operações militares americanas também enfrentam questionamentos legais. Especialistas em direito internacional e membros do Congresso dos EUA, incluindo tanto democratas quanto o republicano Rand Paul, argumentam que os ataques a embarcações suspeitas podem violar leis internacionais e americanas, constituindo execuções extrajudiciais.
Com informações de O Globo, BBC, PBS, Al Jazeera, New York Times, The Guardian, Stars and Stripes, G1, Folha de S.Paulo, Diário do Comércio. ■