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A Venezuela deu início, na quinta-feira (23), a uma extensa operação de exercícios militares que deve durar 72 horas ao longo de toda a sua costa. Batizada de "Coast Independence 200", a ação é uma resposta direta ao que o governo de Nicolás Maduro classifica como uma "grande ameaça militar" na região do Caribe, impulsionada pela presença de navios e caças dos Estados Unidos.
O ministro da Defesa e vice-presidente de Defesa e Soberania, Vladimir Padrino López, supervisiona as manobras, que envolvem as Forças Armadas, milícias e forças policiais. O objetivo declarado é defender a soberania e a estabilidade interna da nação em meio às crescentes tensões com o governo norte-americano.
Os exercícios abrangem 100% do litoral venezuelano, com mobilizações registradas em oito estados costeiros estratégicos :
De acordo com o ministro Padrino, as operações incluem reconhecimento de rotas, operações anfíbias e exploração radioelétrica com uso de drones. Em pontos considerados vitais, como a refinaria El Palito e o eixo portuário de Puerto Cabello, foram instaladas centrais de controle para reforço defensivo.
Em meio aos preparativos, Maduro anunciou o posicionamento de mais de cinco mil mísseis de defesa aérea Igla-S, de fabricação russa, em locais estratégicos do território nacional. O presidente agradeceu publicamente ao russo Vladimir Putin e à China pelo apoio, afirmando que o equipamento serve para "proteger a paz e a estabilidade nacional".
A escalada militar venezuelana é uma reação a uma série de ações recentes dos Estados Unidos no Caribe:
Na quinta-feira (23), um bombardeiro norte-americano B-1B foi rastreado aproximando-se da costa venezuelana antes de mudar de curso, em mais uma demonstração de força que acirrou os ânimos.
Os pronunciamentos de ambas as partes refletem a gravidade do momento. O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, fez um alerta contundente: "Sabemos que a CIA está presente na Venezuela. Podem enviar quantas unidades quiserem, de onde quiserem. Qualquer operação vai fracassar".
Em contraponto, o presidente Nicolás Maduro adotou publicamente um tom de apelo, dirigindo-se aos EUA em inglês durante um evento televisionado: "No crazy war, please. Não à guerra louca. No crazy war. A Venezuela quer paz".
Enquanto isso, o governo de Trump mantém seu discurso, acusando Maduro de liderar uma suposta quadrilha de narcotráfico – alegação veementemente negada por Caracas, que vê nas ações americanas um pretexto para forçar uma mudança de regime e controlar as vastas reservas de petróleo do país.
A crise tensiona não apenas as relações bilaterais, mas toda a região. A Colômbia, sob o governo de Gustavo Petro, também se confronta com Washington, tendo classificado os ataques a embarcações como "execuções extrajudiciais". Petro admitiu a possibilidade de processar o presidente Trump nos tribunais americanos por calúnia, após ser publicamente chamado de "chefão do tráfico".
Com os exercícios militares em andamento e uma nova rodada de manobras americanas anunciada para a próxima semana, a situação no Caribe segue um caminho de incerteza e apreensão. A comunidade internacional acompanha de perto para ver se a retórica de confronto cederá espaço ao diário ou se o conflito latente encontrará um caminho sem volta.
Com informações de CNN Brasil, G1, Infomoney, Metrópoles, O Globo, Poder360, Portal CBN, Reporter Maceió, RT Brasil, UOL. ■