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O senador Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), foi eleito o novo presidente da Bolívia neste domingo (19), marcando o fim de um ciclo de quase 20 anos de governos de esquerda no país. Com mais de 97% das atas apuradas, Paz obteve 54,49% dos votos válidos, derrotando o ex-presidente Jorge "Tuto" Quiroga, que ficou com 44,5% dos votos. O presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) classificou a tendência como "irreversível".
Enquanto os bolivianos decidiam seu novo rumo político, o ex-presidente Evo Morales, que governou o país de 2006 a 2019, votou de forma atípica. Ele emitiu seu voto no vilarejo de Villa 14 de Septiembre, na região de Chapare, em Cochabamba, protegido por uma guarda indígena e foragido da justiça. Morales é alvo de um mandado de prisão por um caso de tráfico de menor de idade, acusação que ele nega.
O pleito foi marcado por dois eventos inéditos:
Apesar de não poder concorrer devido a uma decisão judicial que proíbe mais de uma reeleição, Evo Morales manteve influência no processo eleitoral. Durante toda a campanha, ele coordenou um movimento de protesto que pedia o voto nulo, que atingiu a marca recorde de 19,2% no primeiro turno. Após votar, Morales declarou à imprensa que o fez por obrigação, mas que os candidatos não representavam o povo. Em agosto, ele já havia alertado que permaneceria no país para "batalhar nas ruas" se a direita assumisse o poder.
Rodrigo Paz, economista de 58 anos e filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, herdará um país em grave crise econômica. Os principais desafios de seu governo, que começa em 8 de novembro, incluem:
Em sua campanha, Paz defendeu uma abordagem de "capitalismo para todos", prometendo descentralização do Estado, impostos mais baixos, disciplina fiscal e a manutenção de programas sociais. Ele afirmou que não solicitará novos créditos internacionais até reestruturar as finanças internas do país.
Com informações de: O Globo, CNN Brasil, BBC, G1, RTP, Swissinfo. ■