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A tensão entre Estados Unidos e Venezuela atingiu um novo patamar nesta semana, após o presidente Donald Trump confirmar que autorizou a CIA a conduzir operações secretas em território venezuelano. A medida provocou uma resposta enfática do presidente Nicolás Maduro, que acusou os EUA de buscarem uma mudança de regime em seu país.
Em uma declaração incomum, feita a repórteres no Salão Oval na quarta-feira (15/10), Trump justificou a autorização por duas razões principais: o alegado envio de prisioneiros venezuelanos para os EUA e o fluxo de drogas proveniente da Venezuela. "Número um, eles [Venezuela] esvaziaram suas prisões nos Estados Unidos. E a outra coisa são as drogas", afirmou o presidente americano.
Questionado se a autorização permitiria à CIA derrubar Maduro, Trump respondeu que seria "ridículo" responder a essa pergunta.
Em discurso televisionado na quarta-feira, Nicolás Maduro dirigiu-se diretamente ao povo americano em inglês, declarando: "Me escutem, guerra não, paz sim, povo dos Estados Unidos". Em espanhol, o líder venezuelano foi mais contundente, criticando o que chamou de guerras fracassadas no Afeganistão, Iraque e Líbia, e de golpes de Estado orquestrados pela CIA na América Latina, citando Argentina e Chile na década de 1970.
"A América Latina não quer a CIA, não precisa dela e a rejeita", afirmou Maduro. Ele ainda ordenou exercícios militares e mobilizou milícias e as Forças Armadas para defender o país.
A autorização para operações da CIA ocorre em um momento de significativo aumento da presença militar americana na região:
Além disso, as forças americanas realizaram pelo menos cinco ataques a barcos suspeitos de tráfico de drogas perto da costa venezuelana nas últimas semanas, resultando em 27 mortes. Especialistas em direitos humanos da ONU descreveram essas ações como "execuções extrajudiciais".
O governo Trump classifica Maduro como o líder de uma organização narcoterrorista chamada "Cartel de los Soles" e oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua prisão. A Venezuela, por sua vez, rejeita veementemente essas acusações e as descreve como um pretexto para uma política de agressão e mudança de regime.
Com informações de: BBC, CNN, G1, DW. ■