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Um veículo explodiu nesta terça-feira (14) em uma movimentada zona comercial de Guayaquil, a maior cidade do Equador, causando a morte de uma pessoa e deixando pelo menos duas feridas. O ministro do Interior, John Reimberg, classificou o episódio como um "ato terrorista" .
O atentado acontece em um contexto de extrema tensão no país, que na última semana viveu um suposto ataque contra o presidente Daniel Noboa e enfrenta protestos e bloqueios de estradas liderados por organizações indígenas há mais de duas semanas .
O atentado em Guayaquil ocorre uma semana após o presidente Daniel Noboa ter sido alvo de um ataque. Em 7 de outubro, sua comitiva foi cercada por cerca de 500 pessoas quando se dirigia a um evento na província de Cañar . Manifestantes lançaram pedras contra o veículo presidencial, que, segundo a ministra de Energia, Inés Manzano, apresentava posteriormente "marcas de bala" – uma informação que não foi confirmada de forma independente pela Polícia Nacional .
Cinco pessoas foram detidas sob a acusação de terrorismo e tentativa de homicídio . A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), por sua vez, afirmou que se tratou de uma "detenção arbitrária" de seus membros .
O episódio desta terça-feira em Guayaquil foi registrado em vídeo pelo serviço de segurança ECU911, que mostra uma camioneta estacionada sair em chamas e depois explodir . De acordo com o ministro Reimberg, foram encontrados dois veículos no local, sendo que um deles detonou. O outro veículo ainda continha "quantidade de explosivo" e precisaria ser submetido a uma detonação controlada pelas autoridades .
Os explosivos utilizados foram descritos como de "elaboração profissional", e o ataque foi atribuído a "grupos delincuenciais que querem ocasionar caos" . A zona do atentado, de classe média e repleta de comércios, restaurantes e um grande centro comercial, foi fechada para o trabalho das equipes de resgate e da polícia .
Os recentes ataques ocorrem em um momento de grave instabilidade no Equador. O país vive uma onda de protestos sociais iniciada em 22 de setembro, após o governo de Daniel Noboa eliminar o subsídio ao diesel, uma medida que elevou o preço do combustível de US$ 1,80 para US$ 2,80 por galão .
Os protestos, liderados principalmente pela Conaie, reivindicam:
Em resposta à radicalização dos protestos, que já deixaram um morto e cerca de 150 feridos, o governo decretou estado de exceção em 10 províncias no sábado, 5 de outubro .
Além da crise social, o Equador enfrenta uma violência crônica impulsionada por gangues criminosas e cartéis de drogas que disputam rotas de tráfico. Guayaquil, um porto de localização estratégica, é um dos epicentros dessas atividades ilegais .
Com informações de: CNN Espanhol, CNN Brasil, La Jornada, G1, BBC, El País, Reforma, UOL. ■