O Governo da Venezuela recebeu, nesta quarta-feira (24), um cargamento de 1.600.251 unidades de insulina proveniente da Rússia. A entrega, que incluiu ainda 64.994 plumas-jeringa e outros equipamentos essenciais, foi realizada no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía e tem como destino o fortalecimento do Sistema Público Nacional de Saúde para atender pacientes com diabetes mellitus.

A ministra da Saúde, Magaly Gutiérrez, confirmou a chegada dos insumos, destacando que o acontecimento é "resultado direto da hermandade" entre os presidentes Nicolás Maduro e Vladimir Putin. A autoridade sanitária enfatizou que a ação ocorre em meio a "pressões, medidas coercitivas, bloqueios e ameaças", numa referência às sanções económicas internacionais contra o país.

O carregamento é fruto de contratos estabelecidos no âmbito do programa "Suministro de Medicamentos Esenciales y Obligaciones Recíprocas de Inversión" e do convénio de "Transferência Tecnológica" com a empresa farmacêutica russa Geropharm. Os acordos envolvem o Ministério do Poder Popular para a Saúde, a estatal Espromed Bio, a Corpovex e o Centro de Investições Produtivas (CIIP) da Venezuela.

Esta cooperação faz parte de uma parceria estratégica mais ampla entre os dois países, que inclui:

• Fornecimento regular de insulina: Desde 2019, a Rússia tem sido um fornecedor crucial do medicamento para a Venezuela, com mais de 8,5 milhões de embalagens entregues até o momento.
• Transferência de tecnologia: O objetivo final é estabelecer a produção local de insulina na fábrica da Espromed BIO, com previsão para que os primeiros lotes sejam fabricados em 2026.
• Capacitação de profissionais: A Geropharm já realizou programas de treinamento para médicos e profissionais de saúde venezuelanos sobre o tratamento da diabetes.

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, existem mais de 1,6 milhão de pessoas com diabetes na Venezuela, um país que enfrenta dificuldades de acesso a medicamentos essenciais. A parceria com a Rússia busca garantir o abastecimento deste insumo vital e, a médio prazo, conceder autonomia produtiva à nação sul-americana.

Com informações de: Swissinfo, Spanish News (Xinhua), Ministerio del Poder Popular para la Salud de Venezuela, Globovisión, La Verdad, Izvestia, Opera Mundi, MR Online, Geropharm. ■