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Em um movimento de grande impacto geopolÃtico, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou oficialmente nesta segunda-feira (22) o reconhecimento do Estado da Palestina. A declaração foi feita durante conferência na Assembleia Geral da ONU em Nova York e representa um desafio direto à s polÃticas do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e do presidente americano, Donald Trump.
Macron defendeu a decisão como uma necessidade histórica. "Recai sobre nós uma responsabilidade histórica. Devemos fazer todo o possÃvel para preservar a própria possibilidade de uma solução de dois Estados", declarou o lÃder francês. Ele afirmou ainda que o reconhecimento "é uma derrota para o Hamas" e não subtrai nada aos direitos de Israel, condicionando a abertura de uma embaixada francesa na Palestina à libertação dos reféns israelenses ainda mantidos em Gaza.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, presente ao evento, endossou a medida, declarando que o reconhecimento "é um direito e não uma recompensa". A conferência foi convocada em conjunto por França e Arábia Saudita, sinalizando uma parceria diplomática para pressionar por uma solução negociada.
A França é o terceiro paÃs do G7 a tomar essa decisão, seguindo os passos de Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal, que fizeram anúncios semelhantes no domingo (21). Espera-se que Bélgica, Luxemburgo, Malta e outros sigam o exemplo ainda nesta segunda-feira, consolidando uma mudança significativa na posição europeia.
A resposta israelense foi imediata e contundente. Netanyahu classificou os reconhecimentos como uma "recompensa absurda para o terrorismo" que colocaria em risco a sobrevivência de Israel. O Ministério das Relações Exteriores de Israel emitiu um comunicado afirmando que a medida é um "fruto" do massacre de 7 de outubro de 2023. O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, chegou a classificar a cúpula como um "circo".
A decisão francesa colide frontalmente com a postura da administração Trump. Enquanto Macron e os lÃderes europeus apostam na solução de dois Estados, Trump expressou desinteresse por essa via. Na terça-feira (4), o presidente americano fez declarações polêmicas sugerindo que os EUA assumiriam o controle de Gaza e realocariam à força palestinos para a Jordânia e o Egito – proposta analisada como impraticável e potencialmente configuradora de limpeza étnica.
Segundo analistas, a proposta de Trump "será interpretada pelo Hamas como uma provocação" e pode prejudicar as frágeis negociações de cessar-fogo. A Casa Branca já criticou a onda de reconhecimentos, com sua secretária de imprensa, Karoline Leavitt, dizendo que Trump os vê como "performáticos".
Analistas antecipam que o reconhecimento afetará seriamente as relações franco-israelenses, já tensas. Israel pode retaliar com medidas como o fechamento do consulado francês em Jerusalém ou a anexação de partes da Cisjordânia, um movimento que Paris já alertou ser uma "clara linha vermelha".
Embora o gesto seja sobretudo simbólico – pois a admissão plena da Palestina na ONU ainda esbarraria em um veto americano no Conselho de Segurança –, seu peso polÃtico é inegável. O movimento coordenado de potências médias e europeias sinaliza um isolamento crescente de Israel e dos EUA no cenário internacional e joga nova luz sobre um conflito que demanda saÃdas polÃticas há décadas.
Com informações de: UOL, G1, CNN Brasil, O Globo, Deutsche Welle, Brasil de Fato, ANBA, Público, Terra. ■