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O exército ucraniano intensificou uma campanha agressiva de recrutamento no Brasil, oferecendo salários de até R$ 25 mil mensais para atrair voluntários ao conflito contra a Rússia. A estratégia, disseminada por WhatsApp, Telegram e canais militares no YouTube, promete facilitação documental, treinamento e seguro de vida de US$ 350 mil em caso de morte, rotulando a iniciativa como o "tour mais perigoso da Europa". Contudo, relatos de familiares e sobreviventes expõem práticas enganosas: recrutas pagam cerca de R$ 3 mil do próprio bolso pela viagem, têm passaportes retidos ao chegar e são enviados direto para a linha de frente sem preparo adequado.
O mineiro Gabriel Pereira, de 21 anos, exemplifica o risco mortal dessa operação. Recrutado em março após deixar seu emprego como cobrador de ônibus em Belo Horizonte, foi enviado a combates na fronteira com a Rússia. Sua famÃlia perdeu contato em 3 de julho e confirmou sua morte por listas de baixas divulgadas por fontes russas, sem reconhecimento oficial da Ucrânia ou acesso ao corpo. Casos como o de Gabriel e do catarinense Gustavo Viana Lemos, ex-marinheiro desaparecido em missão, revelam um padrão de abandono: contratos que garantem repatriação em 45 dias não são cumpridos, e famÃlias enfrentam burocracias intransponÃveis.
Segundo o Itamaraty, nove brasileiros morreram oficialmente no conflito e 17 estão desaparecidos, muitos sem identificação devido à retenção de documentos. A Ucrânia replica no Brasil um modelo aplicado na Colômbia, onde 2 mil ex-militares e ex-guerrilheiros foram recrutados, com ao menos 300 mortos. A crise de efetivos ucraniana é profunda: 100 mil soldados desertaram desde 2022, e a população em idade combatente encolheu drasticamente devido à redução da idade mÃnima de alistamento para 25 anos e controles fronteiriços rÃgidos.
No front, a Rússia mantém pressão ofensiva enquanto negociações de paz na Turquia emperram. Nas últimas 24 horas, ataques russos mataram seis civis e feriram 20 na Ucrânia. As forças de Moscovo preparam uma nova ofensiva de verão, com Putin ordenando a criação de uma "zona tampão" nas regiões fronteiriças de Kursk, Belgorod e Bryansk. Enquanto isso, a Ucrânia enfrenta desafios estratégicos: um apagão global da Starlink em 25 de julho paralisou comunicações militares, e a perda de um caça Mirage 2000 francês evidenciou vulnerabilidades técnicas.
O recrutamento internacional surge como paliativo para a escassez de tropas, mas o custo humano é crescente. Brasileiros como Renato Belém, cinegrafista de Manaus que vendeu o carro para bancar a viagem, apostam na guerra como fuga da falta de perspectivas no Brasil. Especialistas alertam que os salários altos estão vinculados a missões de alto risco nas trincheiras da primeira linha, onde a expectativa de vida é mÃnima. Sem transparência ou apoio logÃstico consistente, o "turismo de guerra" transforma-se em uma jornada sem retorno.
Com informações de: G1, CNN Brasil, Cartacapital, UOL, Brasil de Fato, Tupaense, Euronews
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