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Às vésperas da entrada em vigor das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros impostas por Donald Trump, o governo Lula desencadeou uma estratégia diplomática multilateral para conter a guerra comercial. O ponto alto foi o discurso do embaixador Philip Fox-Drummond Gough no Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio, onde denunciou o uso polÃtico das tarifas como ferramenta de interferência em assuntos internos de nações soberanas. O posicionamento brasileiro recebeu endosso imediato de 40 paÃses, incluindo potências como China, Rússia, Canadá e toda a União Europeia.
O representante brasileiro alertou que medidas unilaterais como as adotadas pelos Estados Unidos representam um atalho perigoso para a instabilidade global, capazes de desestruturar cadeias produtivas e lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação. A crÃtica, embora não nomeasse diretamente os EUA, foi interpretada como resposta direta à sobretaxa que entra em vigor em 1º de agosto, anunciada por Trump após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Paralelamente à ofensiva na OMC, o presidente Lula realizou conversa telefônica com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, paÃs também atingido por tarifas trumpistas de 30%. Do diálogo resultou a decisão de enviar o vice-presidente Geraldo Alckmin à Cidade do México entre 27 e 28 de agosto, acompanhado de ministros e uma comitiva empresarial. O objetivo imediato é ampliar o acordo comercial bilateral como alternativa aos mercados afetados pelas medidas protecionistas americanas.
Os setores prioritários nas negociações com os mexicanos incluem:
A articulação brasileira ocorre em múltiplas frentes. Enquanto na OMC o Itamaraty coordena a pressão coletiva, nos bastidores mantém canais informais com representantes do governo americano e empresários dos EUA. A avaliação de diplomatas é que essas conversas discretas, intensificadas nos últimos dias, podem ser mais efetivas que os encontros formais diante da resistência inicial da administração Trump em responder à s cartas oficiais enviadas por BrasÃlia.
Estudos da Confederação Nacional da Indústria projetam que o tarifaço poderá causar:
Especialistas do Centro Brasileiro de Relações Internacionais recomendam que o Brasil evite polÃticas de "olho por olho" e priorize a diversificação comercial, aprofundando relações com Europa e Ãsia. O governo mantém como opção recorrer ao mecanismo de solução de controvérsias da OMC ou aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica caso as negociações fracassem, embora empresários tenham alertado sobre os riscos de medidas retaliatórias.
O desfecho desta crise comercial permanece incerto, mas a resposta brasileira já estabeleceu um novo paradigma na polÃtica externa: a combinação de firmeza institucional nos fóruns multilaterais com agilidade na formação de novas parcerias estratégicas. A visita de Alckmin ao México representa o primeiro movimento concreto na construção de alternativas ao comércio com os Estados Unidos, enquanto o apoio maciço na OMC demonstra o isolamento internacional da polÃtica econômica trumpista.
Com informações de G1, CNN Brasil, O Globo, Veja, Agência Brasil, Jornal de BrasÃlia, UOL e Revista Fórum.
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