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Uma forte reação nas redes sociais acusa o Governo Federal de “traição†ao apoiar financeiramente a instalação de uma fábrica da chinesa BYD no paÃs, em contraste com o fim gradual de subsÃdios à s montadoras tradicionais como Chevrolet, Volkswagen e Toyota. A polêmica, no entanto, esconde uma discussão mais profunda: o caráter evolutivo da tecnologia automotiva e a obsolescência que ameaça as fábricas que não se adaptarem à era dos energéticos renováveis.
A raiz do conflito está na Reforma Tributária. GM, Volkswagen e Toyota manifestaram-se publicamente contra a prorrogação, até 2032, de incentivos fiscais para montadoras das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste que produzem veÃculos a combustão. As empresas argumentam que a medida “é um retrocesso sob os aspectos tecnológico e ambiental†e desestimula os investimentos em veÃculos de energia limpa. Na prática, o benefÃcio favorece principalmente a Stellantis (dona das marcas Fiat e Jeep), que possui um polo industrial em Goiana (PE), enquanto as concorrentes possuem fábricas concentradas nas regiões Sul e Sudeste.
Enquanto isso, a BYD avança com um investimento de R$ 5,5 bilhões para uma fábrica de carros elétricos e hÃbridos em Camaçari (BA). O contraste é evidente: de um lado, um grupo que pressiona para manter benefÃcios para tecnologias de combustão; de outro, uma nova concorrente que chega ao paÃs focada exclusivamente na propulsão elétrica.
O debate sobre os subsÃdios ocorre em um cenário onde a indústria brasileira sofre com equipamentos antigos e tecnologia defasada. Um levantamento inédito da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que:
Essa obsolescência tecnológica tem consequências diretas: menos produtividade, maior consumo de energia e emissões elevadas de gases de efeito estufa. Máquinas antigas quebram com mais frequência, paralisam a produção e têm custos de manutenção mais altos, colocando a indústria nacional em desvantagem frente aos concorrentes globais.
A evolução tecnológica no setor automotivo é inexorável. Globalmente, a indústria avança para a integração de inteligência artificial (IA) para otimizar a produção e a previsão de geração de energia, e desenvolve soluções avançadas de armazenamento em baterias, essenciais para a consolidação de fontes intermitentes como a solar e a eólica.
Nesse contexto, a manutenção de subsÃdios para veÃculos a combustão até 2032 é tratada por analistas como um incentivo ao atraso. O texto da reforma, da forma como foi colocado, “não só manterá incentivos para carros exclusivamente a combustão, desestimulando o desenvolvimento de energias mais limpas (elétricos a bateria, hÃbridos, hÃbridos plug-in e hidrogênio), como também perpetua o desequilÃbrio†no setor.
A anti-campanha na internet, portanto, ignora o cerne da questão tecnológica. O financiamento a uma fábrica de veÃculos elétricos não representa uma "traição", mas um alinhamento com uma tendência global irreversÃvel. A verdadeira traição ao desenvolvimento nacional seria insistir em um modelo industrial do passado, enquanto o resto do mundo acelera em direção a um futuro mais limpo e tecnologicamente avançado.
Com informações de: InsideEVs Brasil, A Voz da Indústria, DW. ■