Circula nas redes sociais um vídeo supostamente mostrando o jornalista Jorge Ramos anunciando que um juiz federal determinou a deportação sumária da primeira-dama Melania Trump e do filho do casal, Barron Trump. O conteúdo, compartilhado milhares de vezes, alega que a decisão judicial se baseou na investigação sobre supostos ancestrais imigrantes ilegais da família presidencial.

Entretanto, o vídeo é uma montagem criada por inteligência artificial. Ferramentas de verificação confirmaram que a probabilidade de a voz ser autêntica é de apenas 1%, caracterizando um "deepfake". A imagem de Ramos—critico conhecido das políticas anti-imigração de Trump—foi manipulada para dar credibilidade à falsa informação.

Nenhum registro da Suprema Corte ou de tribunais inferiores contém tal decisão. A Casa Branca não emitiu comunicados sobre o caso, e Melania Trump obteve cidadania norte-americana em 2006 após uma década de residência legal nos EUA.

A reação de Donald Trump foi imediata e furiosa. Em discurso em Iowa, atacou a mídia e os opositores políticos: "É fake news nojenta criada por radicais que querem destruir nossa imigração legal". Seu assessor Stephen Miller reforçou o tom, acusando "grupos esquerdistas de usarem tecnologia para sabotar a segurança fronteiriça".

O caso ocorre em meio a tensões sobre políticas migratórias reais:

• Um juiz de Maryland bloqueou temporariamente deportações expressas, exigindo 48 horas para revisão individual de casos—medida contestada pelo governo Trump.
• A Suprema Corte limitou recentemente o poder de juízes inferiores para emitir liminares nacionais contra políticas presidenciais, incluindo o decreto que restringe a cidadania por nascimento.
• Prisões massivas no sul da Califórnia geraram protestos e mortes, como a de Jaime Alanis, que fraturou o crânio ao tentar fugir de agentes.

Embora Melania Trump tenha criticado publicamente a "separação de famílias na fronteira" em 2018, seu posicionamento não incluiu questionamentos sobre seu próprio status migratório. Especialistas alertam que deepfakes como este buscam explorar polarização política e descreditar instituições judiciais.

Com informações de: BBC, CNN, EFE, Brennan Center for Justice, Immigrant Justice, Telemundo, Los Angeles Times, Yahoo Noticias