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Morre Luis Fernando Verissimo, mestre da crônica e do humor, aos 88 anos
Escritor gaúcho deixa um legado de mais de 70 livros e 5,6 milhões de exemplares vendidos, marcando a literatura brasileira com sua ironia fina e olhar único sobre o cotidiano
Cultura
Foto: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQWvNX4pyFUrU43xl5swPlQCNhR5K0gzqFWAQ&s
■   Bernardo Cahue, 30/08/2025

O Brasil perdeu um de seus maiores escritores na madrugada deste sábado, 30 de agosto de 2025. Luis Fernando Verissimo faleceu aos 88 anos em Porto Alegre, vítima de complicações de uma pneumonia. Ele estava internado no Hospital Moinhos de Vento desde o dia 11 de agosto.

Nascido em 26 de setembro de 1936, na capital gaúcha, Verissimo era filho do também consagrado escritor Érico Verissimo. Parte de sua infância e adolescência foi vivida nos Estados Unidos, onde seu pai lecionou em universidades. Foi durante esse período que desenvolveu uma de suas grandes paixões: o jazz. Mais tarde, ele se tornaria saxofonista e integrante da banda Jazz 6.

Sua carreira profissional começou em 1966, como revisor no jornal Zero Hora. Em 1969, publicou sua primeira coluna no mesmo jornal, sobre o Sport Club Internacional, time do qual era torcedor fervoroso. A partir daí, construiu uma trajetória literária prolífica:

  • Mais de 70 livros publicados, entre crônicas, romances, contos e quadrinhos
  • Vendas superiores a 5,6 milhões de exemplares
  • Criação de personagens inesquecíveis, como O Analista de Bagé, Ed Mort e A Velhinha de Taubaté
  • Suas crônicas foram adaptadas para a TV na bem-sucedida série Comédias da Vida Privada, pela TV Globo

Verissimo era conhecido por seu humor inteligente e por sua capacidade de transformar o cotidiano em literatura. "Não tenho uma vocação humorística, mas consigo eventualmente produzir humor. É mais deliberado do que espontâneo", disse certa vez.

Além da literatura e do jazz, suas paixões incluíam a gastronomia, viagens e, claro, o futebol. Sobre suas maiores alegrias, brincou em uma crônica de 2015: "As três melhores coisas do mundo são pudim de laranja, gol do Internacional e netos".

Nos últimos anos, o escritor enfrentou problemas de saúde, incluindo a doença de Parkinson, um câncer ósseo na mandíbula e um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 2021, que o levou a parar de escrever e lhe causou dificuldades motoras e de comunicação.

Verissimo deixa a esposa, Lúcia Helena Massa, com quem era casado desde 1964, os filhos Fernanda, Mariana e Pedro, e dois netos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou uma nota de pesar, destacando que Verissimo "soube usar a ironia para denunciar a ditadura e o autoritarismo; e defender a democracia".

Seu legado permanece não apenas em suas obras, mas na maneira singular com que capturou o espírito brasileiro, mesclando leveza e profundidade, humor e crítica social.

Com informações de: Wikipedia, Fonte83.com.br, Ground.news, Deutsche Welle, Metrópoles, Planalto.gov.br, Campograndenews.com.br, CNN Brasil, Primeirapagina.com.br