Um capítulo emocionante da história da MPB foi reescrito neste 1º de junho no Rio. Gilberto Gil e Chico Buarque reuniram-se no palco da turnê "Tempo Rei", na Marina da Glória, para cantar "Cálice" – marco de resistência contra a ditadura.

A cena resgatou o trauma do show Phono 73, em maio de 1973 no Canecão, quando censores desligaram os microfones dos dois ao tentarem estrear a música. Proibida por anos, "Cálice" virou símbolo da luta pela liberdade.

Não foi o primeiro reencontro dos dois entoando "Cálice": em 2016, durante o impeachment de Dilma Rousseff, os artistas entoaram a canção em defesa da democracia no Largo da Carioca. Ontem, 52 anos após o Phono 73, octogenários e livres, Gil e Chico transformaram o palco em celebração.

O público, com lágrimas, reviveu décadas de resistência. Em tempos de democracia, a voz que a ditadura calou ecoou triunfante – agora eternizada nas redes e na memória do país.

Com informações do G1.■